quarta-feira, 23 de junho de 2010

Gravidade Zero


Nos nossos dias infantis não havia aquarela que desse conta da volúpia e do vício...
Parecíamos quadros pintados à carne em nossa exposição particular...
Ele me vestia do meu sorriso e me despia de sensatez
Dizia:- Seu Mercúrio em Virgem me alimenta
Até no ônibus, na madrugada, indo para São Paulo, a gente fez
mas eu é que engoli quieta a sua tormenta
que sem dó explodiu de só uma vez
Éramos o paradoxo de um desinibido discreto...
Um amor de cantos escondidos,
senhas e frases secretas...


terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Ainda que breve


Não dispensarei a exigência do respeito mas,
Com a graça que me é conveniente, te permito
Que me faças a mais profana das mulheres,
Que sejas senhor do meu ávido corpo,
Que me tomes generosamente Perdido
Da tua faculdade tão peculiar,
Que é a razão.

domingo, 22 de novembro de 2009

Invasão Vitoriosa!


Um rosto cujos sóis atrevidos ao longe me desnuda.
Maneja-os tal e qual a espada, ação que me consome;
Pioneiras bandeiras serão fincadas com a boca carnuda;
Estou à mercê do barco que navega nas águas do seu nome.

Vejo o abraço de que ele é capaz;
Largo, enlaça meu litoral até não poder mais!
Aprofunda e percorre meus vazios sem paz!
Desabitada há tempos nada vinga ou satisfaz.

Mar bravio, língua que extenua!
Ondula vociferante na cavidade nua
Tento resistir, mas minha lua é doce...
Aguardo estrelas que ele me trouxe...

Doa o céu dos lábios e encontra o seio,
Provoca meu riso sem freio,
Salpica seu domínio e me destempera.
Realiza a mistura sem espera.

Suor gotejando na geografia,
Cobrindo o mapa e a guia,
Vencendo o território da minha filosofia...
Completamente sitiada pela sua orgia!

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Sob o predicado do Amor Fatii


Firme madureza que não pode ser medida

olhos que já se perderam em horizontes

podem vestir a libertina insana insensatez

sem medo e sem culpa com a cinta-liga e com a fantasia

e os tão lúdicos fetices de sua nudez

avassala a boca brincalhona na sábia arte de enclausurar

faz desenhos que só o amor pode inventar com a saliva floreante


Ah mulher que se veste com a sua própria pele

Sabe bem o que e quem repele

Faz seu carnaval

Dá aval para a sua própria carne

mesmo que o apetite seja despetalar sua rosa anal

mesmo que o membro seja longo

mesmo que as horas sejam curtas

na esquina do destino inexorável...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Cumplicidade!


Ela tinha curvas generosas,
Sabia se abrir como as rosas,
Devagar e lentamente
Brincando de inocente

Seios procurando o céu,
Gruta exalando mel ,
Senhora de si na atitude
Era a maior virtude.

Lá foi ela reencontrar o amante!
Cheia de sumo que goteja,
Vestida com calcinha infante,
Convidaria para uma cerveja...

Saudade do membro... inventa desculpa
Faria tudo outra vez e sem culpa!

Chama para serem reincidentes
No crime do explicito qualificado
de horas de sexo côncavo e convexo
cuja arma é a pica dele e seu sexo...
e a pena é o êxtase complexo...
um fervor no plexo....
desatinadamente cúmplices sem nexo!

domingo, 18 de janeiro de 2009

Um regard mauvais!














Enquanto ele chega por trás resoluto!
Ardendo com ânsia de absoluto.
Seja oblíqua, transversal!
Sem mostrar sua tara descomunal!

Não conte sobre sua fantasia.
De ser masturbada numa roda-gigante.
E que deseja com alegria
Ser apalpada em cima do elefante.

Não revele seu segredo...
Que está contido no grelo...
Que você vibra no gozo com o dedo
Solta um grito de dar medo...

Minta sobre seu pudor
Invente uma casta mulher
Que não seja exposta como colher...

Ai quem sabe um dia qualquer...
Faça tudo se tornar revelador
Uma mulher que é veloz com o andor!

Arte amante!

Se Jane Austen eu tivesse lido.
Talvez o tivesse reconhecido.
Ele é um tipo sério e inibido.
Exala orgulho como libido.

É tudo fachada nesse outdoor.
Actually, ele é um fodedor-mor.
Sem perhaps, ele arranca!
Crava logo as mãos na anca.

Põe você com a bunda no céu e de quatro.
Não economiza as horas para o trato.
Desembainha a pica ereta no quarto.
Empunha ferozmente até ficar farto.

Convulsivo ele explode!
Mas ele não para, a fode!
Pega as suas mãos e a obriga!
Abre as suas pregas e irriga!

Lambeu depois com uma força motriz.
E como um Último Tango em Paris...
Ele pegou manteiga.
Lambuzou onde não se é meiga.

Lembrou-me a fase rosa de Picasso.
E fez arte como um palhaço.
Dedou com muito amasso.
Brincou com o seu traço.

E lá fui eu me fazer de colombina.
Encenar o papel que ele me ensina.
Mesmo que ele não queira, me ilumina.
Nasce a mulher com alma de menina...

Sexo com esse homem me colore...
Faz com que eu cante, ria e chore...
Gozo por tanto lugar...
Minha vida ganha mais ar...
Mais arte de amar...